19.7.10
Meditando a Crise
Continuando a reflexão e respondendo aos meus preclaros leitores-comentadores.
Em complemento do que aqui afirmei nos dois anteriores escritos direi :
Uma das maiores preocupações dos cidadãos portugueses deveria ser a degradação das suas elites.
O facto de as nossas elites estarem a evidenciar cada vez mais sinais de debilidade, sobretudo cívica, com notória ausência de sentimento patriótico, não pode deixar de causar consternação, porque serão elas, tal como forem, que orientarão o País.
Sem ideias, sem orgulho próprio, sem sentido de pertença, ou com afinidades equívocas, que o mercenarismo em que vivem, oportunamente vai fomentando, desligadas do sofrimento do Povo a que julgam já não pertencer, como podem estas elites fazer progredir o País ?
Acresce que elas, na verdade, têm francamente progredido, como em nenhum outro período da nossa História, excluindo os momentos faustosos de parte dos séculos XV e XVI, com os Descobrimentos, as conquistas e o comércio das Especiarias e, também no século XVIII, com o ouro do Brasil, sobretudo, nunca as elites nacionais beneficiaram de estatuto tão elevado, de tanto desafogo económico, de tanta mordomia, como as presentes, desde a adesão do País à União Europeia.
Estas elites salientam-se principalmente no mundo da Gestão das grandes Empresas, dos Negócios, das Empresas de Consultoria, de Marquetingue e de Imagem, sendo raras as que fundaram o manancial da sua respectiva fonte de bem-estar.
É muito mais corrente a entrada no eldorado da dita Alta Gestão, por amiga mão política ou por outras afinidades de interesses, às vezes ridículas e sem qualquer relação com os cargos para que os felizardos destas ditas elites são nomeados.
Se esta gente lucra pletoricamente, apesar da pauperização progressiva do País, não será expectável que da sua iniciativa venha alguma acção reformadora, menos ainda se esta comportar algum risco.
Daí que o motivo de preocupação seja absolutamente sério.
Com um Sistema de Ensino grandemente destruído, incapaz de bem formar cidadãos no plano técnico das profissões, incapaz de forjar cidadãos conscientes dos seus deveres, da sua missão no seio da Comunidade em que nasceram, das suas obrigações para com as gerações que os antecederam, o País vê-se abandonado a si mesmo e presa fácil da voracidade das suas falsas elites.
Anulados os que se mostrem mais rebeldes a esta realidade, ao mesmo tempo que se intensifica a alienação da grande massa do Povo, o caminho para o definhamento colectivo parece garantido e é isto o que temos comprovado nos últimos decénios, com a complacência, se não com a incentivação, das nossas supostas elites, espantosamente predadoras.
A esperança em que as instituições estrangeiras, nomeadamente, a União Europeia, a que politicamente pertencemos, nos conduzam ao bom caminho, às escolhas de vida acertadas, tem-se revelado também ilusória.
Ainda há pouco, o nosso magnífico Durão Barroso, lider máximo desta UE, nos admoestou secamente, por termos feito aquilo que vários outros países-membros da União têm feito para defender interesses próprios ou que reputam estratégicos para as suas Economias.
Nesta atitude de Barroso ficou bem patente a quem ele deve a sua preeminência.
Para a nossa regeneração, deveremos contar sobretudo connosco, com as nossas forças, como diziam os exaltados maoístas do meu tempo, certamente com Barroso à cabeça, embora deste desvario eu já não o queira responsabilizar, por o atribuir àquela onda de loucura que nos varreu a todos, principalmente os mais moços de então, que naturalmente se deixaram fascinar por ideologias que prometiam o Paraíso na Terra.
Já com outros, bem mais maduros, que tinham visto Mundo e nada disseram, nem fizeram para estancar aquela loucura política, não sou tão complacente.
Mas voltando à crise actual, sem uma verdadeira tomada de consciência individual, sem o esforço efectivo de cada um, não vejo possível a redenção colectiva.
E pouco creio na salvação adventícia, porventura promanada de Bruxelas, sem aquela prévia disposição individual, a gerar a recuperação colectiva...
Em complemento do que aqui afirmei nos dois anteriores escritos direi :
Uma das maiores preocupações dos cidadãos portugueses deveria ser a degradação das suas elites.
O facto de as nossas elites estarem a evidenciar cada vez mais sinais de debilidade, sobretudo cívica, com notória ausência de sentimento patriótico, não pode deixar de causar consternação, porque serão elas, tal como forem, que orientarão o País.
Sem ideias, sem orgulho próprio, sem sentido de pertença, ou com afinidades equívocas, que o mercenarismo em que vivem, oportunamente vai fomentando, desligadas do sofrimento do Povo a que julgam já não pertencer, como podem estas elites fazer progredir o País ?
Acresce que elas, na verdade, têm francamente progredido, como em nenhum outro período da nossa História, excluindo os momentos faustosos de parte dos séculos XV e XVI, com os Descobrimentos, as conquistas e o comércio das Especiarias e, também no século XVIII, com o ouro do Brasil, sobretudo, nunca as elites nacionais beneficiaram de estatuto tão elevado, de tanto desafogo económico, de tanta mordomia, como as presentes, desde a adesão do País à União Europeia.
Estas elites salientam-se principalmente no mundo da Gestão das grandes Empresas, dos Negócios, das Empresas de Consultoria, de Marquetingue e de Imagem, sendo raras as que fundaram o manancial da sua respectiva fonte de bem-estar.
É muito mais corrente a entrada no eldorado da dita Alta Gestão, por amiga mão política ou por outras afinidades de interesses, às vezes ridículas e sem qualquer relação com os cargos para que os felizardos destas ditas elites são nomeados.
Se esta gente lucra pletoricamente, apesar da pauperização progressiva do País, não será expectável que da sua iniciativa venha alguma acção reformadora, menos ainda se esta comportar algum risco.
Daí que o motivo de preocupação seja absolutamente sério.
Com um Sistema de Ensino grandemente destruído, incapaz de bem formar cidadãos no plano técnico das profissões, incapaz de forjar cidadãos conscientes dos seus deveres, da sua missão no seio da Comunidade em que nasceram, das suas obrigações para com as gerações que os antecederam, o País vê-se abandonado a si mesmo e presa fácil da voracidade das suas falsas elites.
Anulados os que se mostrem mais rebeldes a esta realidade, ao mesmo tempo que se intensifica a alienação da grande massa do Povo, o caminho para o definhamento colectivo parece garantido e é isto o que temos comprovado nos últimos decénios, com a complacência, se não com a incentivação, das nossas supostas elites, espantosamente predadoras.
A esperança em que as instituições estrangeiras, nomeadamente, a União Europeia, a que politicamente pertencemos, nos conduzam ao bom caminho, às escolhas de vida acertadas, tem-se revelado também ilusória.
Ainda há pouco, o nosso magnífico Durão Barroso, lider máximo desta UE, nos admoestou secamente, por termos feito aquilo que vários outros países-membros da União têm feito para defender interesses próprios ou que reputam estratégicos para as suas Economias.
Nesta atitude de Barroso ficou bem patente a quem ele deve a sua preeminência.
Para a nossa regeneração, deveremos contar sobretudo connosco, com as nossas forças, como diziam os exaltados maoístas do meu tempo, certamente com Barroso à cabeça, embora deste desvario eu já não o queira responsabilizar, por o atribuir àquela onda de loucura que nos varreu a todos, principalmente os mais moços de então, que naturalmente se deixaram fascinar por ideologias que prometiam o Paraíso na Terra.
Já com outros, bem mais maduros, que tinham visto Mundo e nada disseram, nem fizeram para estancar aquela loucura política, não sou tão complacente.
Mas voltando à crise actual, sem uma verdadeira tomada de consciência individual, sem o esforço efectivo de cada um, não vejo possível a redenção colectiva.
E pouco creio na salvação adventícia, porventura promanada de Bruxelas, sem aquela prévia disposição individual, a gerar a recuperação colectiva...
Mas, às vezes, a necessidade aguça o engenho.
AV_Lisboa, 18 de Julho de 2010
Comments:
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O verdadeiro problema começa na Educação, ou naquilo em que a transformaram.
Para haver elites, é necessário que a base contenha riqueza donde seja possível extraí-la, sustentada e sólida. Mas as estatísticas imperaram.
Todos são bosn alunos, ninguém reprova...para contentamento de uns quantos que assim julgam passar no exame...do país.
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Para haver elites, é necessário que a base contenha riqueza donde seja possível extraí-la, sustentada e sólida. Mas as estatísticas imperaram.
Todos são bosn alunos, ninguém reprova...para contentamento de uns quantos que assim julgam passar no exame...do país.
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